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Mostrando postagens de março 13, 2016

Primeiros testes: "fosfo da USP" não funciona e não é "fosfo"

O pó produzido na USP de São Carlos, encapsulado e distribuído como "fostoetanolamina sintética" para pacientes de câncer, contém no máximo 32% da molécula pura; e essa molécula é completamente inútil, mesmo em testes in vitro , contra tumores de pâncreas e melanoma. As conclusões estão em relatório publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MCTI  e que, temo, será ignorado pelas vítimas do verdadeiro culto que se formou em torno da substância, e pelos abutres, de diferentes plumagens, que esperam transformar o desespero dos doentes em votos ou dinheiro. Os testes que produziram os resultados desapontadores -- mas não inesperados -- foram conduzidos como parte da iniciativa desencadeada ano passado, em resposta ao forte lobby pró-liberação da "fosfo", formado depois que uma combinação de jornalismo irresponsável, pusilanimidade oficial, ignorância e populismo criou o mito de que a a substância seria uma espécie de cura milagrosa para qualquer

Detector de raios cósmicos no porão da universidade

No subsolo do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp, quatro pirâmides metálicas – dispostas como um par de ampulhetas, ocupando todo pé-direito da sala, onde se encontram também bancadas e computadores – coletam múons, partículas invisíveis geradas por raios cósmicos e que passam através das lajes de concreto do prédio e dos corpos humanos sem se fazer notar. “Em um metro quadrado, a cada segundo, passam mais ou menos 140 múons”, explica o pesquisador Anderson Fauth, responsável pelas “ampulhetas” que formam o telescópio Muonca [acrônimo para Múons em Campinas]. Leia a íntegra da entrevista no Jornal da Unicamp .

Cuidado com o valor-p

A Associação de Estatística dos Estados Unidos (ASA, na sigla em inglês) publicou, no início do mês, uma nota advertindo cientistas contra o uso indiscriminado do “valor-p”, uma ferramenta estatística tradicionalmente adotada para determinar a “significância” de uma descoberta: considera-se significativo um achado cujo valor-p seja igual ou menor que 5%. Esse limiar de 5% acabou se tornando uma espécie de pré-requisito para publicação no meio acadêmico. A nota da ASA condena tanto as interpretações informais do valor-p – muitas vezes visto como equivalente à probabilidade de o resultado do estudo ser falso – quanto o uso indiscriminado do limiar de 5%. ( Leia a íntegra desta nota, e outras, no Telescópio da semana )

As aventuras de Hieron de Zenária

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Entre as (poucas) pessoas que acompanham com atenção minha obra ficcional, várias costumam se queixar do que consideram um "desperdício" de cenários: neste mundo de dodecalogias com volumes de 500 páginas cada, eu insisto em criar universos ficcionais aparentemente complexos e detalhados que são descartados depois de aparecer em um único mísero conto. "Você não vai voltar àquele mundo?", perguntam. E não é que eu me recuse a revisitar cenários por princípio, teimosia ou algo do gênero: é que, para mim, o mundo serve à história. Contada a história, ele perde sua razão de ser. No entanto, existe um mundo que já revisitei algumas vezes: Darach, o continente em que baseei meu cruzamento pós-apocalíptico entre a Era Hiboriana e Zotique , e onde se passam as aventuras de Hieron de Zenária, um cientista errante que percorre os reinos da Terra numa espécie de paralelo com as andanças de um certo cimério. Até hoje, visitei Darach e Hieron três vezes, em uma novela e