Novos livros para a Bienal: Flores e Fúria!

Eis que, depois de um lançamento independente do conto de ficção científica Diamante Truncado (bem avaliado tanto na Amazon nacional quanto na gringa), volto a publicar ficção seguindo o modelo "tradicional". Entram em pré-venda, nesta semana, no site da Editora Draco, dois livros meus, uma novela (com cerca de 90 páginas) de fantasia, Flores do Jardim de Balaur, e a muito esperada (ao menos por mim!) segunda edição, ampliada, comemorativa de dez anos da publicação original, da coletânea de contos de ficção científica e terror Tempos de Fúria.

Os dois novos livros, além dos meus três outros títulos já lançados pela editora (o romance Guerra Justa, a novela de fantasia As Dez Torres de Sangue e o volume de contos Campo Total) estarão disponíveis no estande da Draco na Bienal do Rio!

Mas, o que são esses livros novos? Começando, então, por Tempos de Fúria: publicado originalmente em 2005, este foi o livro que fez a minha "fama" -- seja lá o quanto disso que tenho. Foi adotado como leitura obrigatória numa importante escola de ensino médio do interior paulista, garantiu-me participação num documentário de TV sobre ficção científica nacional e rendeu minha primeira resenha numa revista de circulação nacional. Enfim, chamou a atenção de um bocado de gente que não me conhecia para o meu trabalho (embora nenhum produtor de Hollywood).

Tempos de Fúria  também é muito usado como régua para medir toda a minha obra posterior – que geralmente acaba sofrendo na comparação, o que me parece um tanto quando injusto, mas quem sou eu para opinar?

Entre os contos mais populares deste volume estão o que abria a primeira edição (hoje é o segundo), o levemente surrealista Estes 15 Minutos; e Planeta dos Mortos, uma, com o perdão da linguagem pretensiosa, sinfonia de destruição e tripas.

Junto a outro conto deste volume, Desígnios da Noite, e a Um Bom Emprego (que saiu na coletânea CampoTotal), Planeta dos Mortos completa minha “trilogia pseudocientífica”, histórias em que uso algum tipo de ideia ou doutrina desacreditada pela ciência como trampolim lógico do enredo. Desígnios da Noite é o meu favorito, mas parece não ter agradado a mais ninguém. O livro todo é um esforço de colar uma certa sensibilidade "pulp" -- aventura desbragada, mistério, violência -- às boas práticas da ficção científica mais honesta, incluindo uma  preocupação com a lógica da especulação por trás de cada história. Você me diga se funcionou. Ah, sim: o livro inclui dois contos que tinham ficado de fora da edição original, incluindo uma homenagem mais-ou-menos oculta a Octavio Aragão, autor da orelha da primeira versão, e uma história alternativa protagonizada por um nipo-brasileiro.

Flores do Jardim de Balaur é, como já disse, uma fantasia,  e algo que acho que posso chamar de semi-inédito". A novela já havia sido publicada, décadas atrás, numa edição especial do fanzine Juvenatrix, de Renato Rosatti, lá na época em que fanzines eram feitos na base de datilografia e xerox. Acho que nunca agradeci devidamente ao Renato pelo esforço de fazer uma edição inteira do fanzine para abrigar o que era, no fim das contas, um pequeno romance. Valeu, cara!

E de que trata o livro? Ele é a primeira -- e até agora, maior -- aventura de meu único protagonista recorrente: Hieron de Zenária (você encontra outra peripécia dele neste conto). Hieron é minha resposta a Conan da Ciméria: não um bárbaro errante, mas um erudito errante.No continente perdido de Darach, dominado por magia e superstição, os sábios de Zenária são os únicos cultores do que chamaríamos de lógica e filosofia natural.

Cansado da mesmice da vida acadêmica, e desconfiado do engessamento intelectual de seus mestres, sempre mais preocupados em citar autoridades do que em investigar a natureza, Hieron corre o mundo, vivendo aventuras e inventando o método empírico-científico no processo, vendendo seus serviços como professor, advogado, matemático e engenheiro. Em Balaur, nós o encontramos trabalhando como engenheiro de cerco durante uma guerra religiosa. Curiosamente, esta novela foi escrita alguns anos antes de eu cair em mim e perceber que era ateu, mas uma leitura retroativa da novela mostra que minha inteligência criativa, pequena como é, já sabia disso.

Minha esperança, claro, é de que todos os que virem esta postagem se sintam impelidos a gastar uns cobres em ambos os livros. Eles estão agora em pré-venda, antes do lançamento oficial, mas devem aparecer, em breve, nos formatos papel e e-book. E, como escrevi acima, estarão à venda na Bienal carioca. Quem sabe a HBO não resolve fazer uma série de Hieron? Sonhar, afinal, ainda é de graça...

Comentários

  1. Carlos, procurei pelo seu livro na Amazon. Porém só tem a versão física. Não tem para Kindle. Entretanto há vários e-books de contos. Alguns deles são do "Tempo de Fúria"?

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    1. Oi, Rafael? Qual livro? E, sim, há vários contos do "TdF" na Amazon para baixar individualmente -- os que cito na postagem, incliusive (p. ex.: http://www.amazon.com/Estes-minutos-Portuguese-Carlos-Orsi-ebook/dp/B00AR1L8JE/ref=sr_1_38?ie=UTF8&qid=1439223049&sr=8-38&keywords=carlos+orsi)

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  2. Carlos,acabei de comprar o livro Flores do Jardim de Balaur. Depois que lê-lo comentarei.Mas,desde já parabéns pelo seu trabalho.Sempre venho aqui ler seus textos e os acho muito bons.Mesmo não sendo cientista você é um grande divulgar do pensamento cético-científico.

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  3. Oi, José, muito obrigado! Espero que goste da novela. Aguardo os comentários!

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