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Mostrando postagens de julho 7, 2013

O papa, e o que estamos pagando

A visita papal que começa em breve no Rio de Janeiro, a chamada Jornada Mundial da Juventude (JMJ), está repleta das ambiguidades típicas de tudo o que envolve o Vaticano: por um lado, trata-se de um evento religioso, já que o papa Francisco é, ora bolas, o papa; por outro, de um evento diplomático, já que o papa também é o chefe de um Estado que, a despeito de sua legitimidade discutível , é reconhecido pelo Brasil. Essa ambiguidade costume ser muito bem explorada pela hierarquia católica. Quando interessa (por exemplo, na hora de explicar como a concordata Brasil-Vaticano "não é" inconstitucional), a Santa Sé é um país. Quando não interessa -- imagino que os bispos, padres e cardeais que tando gostam de dar palpite na política interna do Brasil detestariam ser vistos como agentes provocadores a soldo de um Estado estrangeiro -- é uma religião. A JMJ é especialmente curiosa porque se revela um caso em que ambas as faces da Santa Sé se mostram, numa análise cuidadosa,