Neste sábado, 'Space Opera 2'

É meio frustrante anunciar o lançamento "físico" de livros aqui no blog, já que meu poder de atrair público para eventos presenciais é virtualmente zero (vamos lá, gente! não é porque eu sou um misantropo, rabugento e semi-recluso que meus leitores também precisam ser! apareçam!), mas lá vai: na tarde deste sábado, dia 1º de setembro, acontece em São Paulo o lançamento da antologia Space Opera 2, da Editora Draco, que conta com uma participação do autor destas maldigitadas.

"Space Opera", para os não-iniciados, é o que a maioria das pessoas pensa quando ouve a expressão "ficção científica": histórias envolvendo naves espaciais que desafiam as leis da física, civilizações interplanetárias, enredos que põem em jogo não o destino de uma ou duas pessoas, ou mesmo um ou dois países, mas de galáxias, quiçá universos, inteiros. Para se ter uma ideia, o protótipo de todas as  space operas, a série de romances Lensman, de E.E. "Doc" Smith, envolve um duelo de bilhões de anos entre duas raças alienígenas superpoderosas, com seres humanos servindo de peões e armas capazes de destruir planetas.

Claro, ficção científica é muito mais do que isso. Um conto sobre um vibrador telepático que transmite o orgasmo de sua usuária para todas as mulheres num raio de 500 metros também seria ficção científica, mesmo sem envolver uma ameaça em escala cósmica. A menos que se considere um enorme orgasmo coletivo uma ameaça cósmica.

Como o "2" no título indica, esta antologia é a segunda de space opera publicada pela Draco (não participei da primeira), o que sugere que o (sub)gênero ainda tem um forte apelo entre o público. Suponho que muita gente se acostumou a curtir esse tipo de narrativa no cinema, na TV e nos quadrinhos, e que o gosto passou também para a literatura. E a space opera também tem um certo pelo arquetípico, juntando o fascínio da aventura naval ao da narrativa épica, com ares mitológicos.

Não é à toa que Guerra nas Estrelas fez tanto sucesso, afinal.

Mas nem toda a space opera contemporânea segue nos trilhos já tão firmemente instalados do passado: já há algum tempo que surgiu o movimento conhecido como new space opera, que busca somar à sensibilidade épica dos clássicos uma boa dose de extrapolação a respeito do que há de mais moderno em termos de ciência -- das especulações em torno da natureza quântica do espaço-tempo aos estudos sobre as bases físicas da consciência, da engenharia genética aos debates contemporâneos sobre trans-humanismo, papéis sexuais, etc. Meu conto, o último do livro, é uma humilde tentativa de fazer new space opera (coincidência ou não, ele trata de todos os temas citados neste parágrafo).

A festa de lançamento está marcada para a Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, perto do metrô Brigadeiro, neste sábado, 1º de setembro, a partir das 15h. E só para não perder a oportunidade: no fim de semana seguinte, dias 8 e 9, estarei em Porto Alegre para participar do I Congresso Humanista Secular do Brasil!

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