O rosto que lançou mil naus ao mar...

O título desta postagem é um verso do dramaturgo britânico Christopher Marlowe -- que teve a cósmica má-sorte (para um escritor de teatro) de ser contemporâneo de Shakespeare -- sobre Helena de Troia. De toda a tradicional história da Guerra de Troia, talvez o ponto mais inverossímil, para ouvidos modernos, seja a causa atribuída ao conflito: a fuga de uma mulher casada, Helena, com o amante, o príncipe Páris (o casal que ilustra esta postagem aliás).

No entanto, uma pesquisa recente dá ao casus belli Helena-Páris um novo sopro de plausibilidade: parece que, de fato, a visão de uma mulher bonita torna os homens mais violentos, fanfarrões, destemidos... e propensos à guerra.

Descrito em matéria da revista Scientific American, o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Chinesa de Hong Kong, mostrou imagens de mulheres a homens e avaliou como a exibição das fotos afetava o grau de concordância do macho da espécie com frases belicosas.

Houve uma correlação estatisticamente significante entre a visão de mulheres bonitas e a concordância com os lemas guerreiros; já as fotos de mulheres feias (tratadas no texto, educadamente, como "não atraentes") não aumentaram a valentia de ninguém.

(Pensando bem, a última vez em que quase me meti em pugilato, lá nas trevas primordiais da adolescência, foi por por causa de uma menina. Que, de acordo não só com minha opinião pessoal, mas também agora com a ciência, era de fato muito bonita...)

Mulheres não se sentiram mais belicosas ao ver fotos de homens, fossem eles lindos ou nem tanto.

Antes de inspirar o estudo chinês (o "abstract" pode ser lido aqui) o verso de Marlowe levara Isaac Asimov a propor uma unidade para medir beleza feminina, o "mili-helena": a quantidade de formosura necessária para lançar uma nau ao mar!

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